domingo, 31 de julho de 2011

Ocaso


Que manto cinza e lúgubre
Vestem as coisas belas
Em se afastando sua beleza insigne
Da natureza imperiosa...

O rouxinol roufenha
As arvores fenecem
As flores murcham
O riacho empesta, o vento enfurece

As vagas esbatem-se furiosas
No granito álgido.
O bem supremo, desvirtua-se funesto
Não tendo a rainha dos encantos

Que equilibra as estações e a vida
Rege a bonança e sustém a sabedoria...
Toca, oh bardo! A sua lira dolorosa
Verte o aljôfar lânguido e premente
Palpita-lhe o peito opresso
Cortando a imensidão os seus ais.

                             Rômulo Chaves


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